Elisabete vestiu o seu fato antigo. Mal lhe servia. Embora já não dançasse, gostava de assistir aos ensaios das outras.
Observava-as.
Ela também já tivera um pescoço assim… infinito.
Olhou para o espelho e ensaiou um gesto com os braços! Pareciam trambolhos!
Às vezes ainda tinha vontade de desafiar a gravidade e a idade, mas estava pesada, sentia-se como as avestruzes. Não que gostasse de enfiar a cabeça na areia, mas tal como elas, tinha desaprendido de voar.
Cecília Lourenço, Professora da Equipa da Biblioteca Escolar